GURGEL X12 TOCANTINS - foi exportado para vários países, como sinônimo de jipinho valente que topava qualquer aventura.

GURGEL X12 TOCANTINS
Oportunidades surgem quando se está no lugar certo, na hora certa. Andando pelo bairro paulistano do Ipiranga em 1956, o engenheiro João Augusto Conrado do Amaral Gurgel percebeu a movimentação num galpão da Rua do Manifesto: ali eram montados os primeiros Fusca brasileiros, operação gerenciada pelo alemão Friedrich “Bobby” Schultz-Wenk. Nascia a amizade que culminaria com uma parceria de sucesso, dez anos depois: produzido pela Macan Ltda., o Gurgel 1200 estrelava o Salão do Automóvel de 1966 com chassi e motor VW, nas versões Ipanema, Xavante e Enseada, esta última exibida no próprio estande da VW. Era um conversível recreativo de quatro lugares, ideal para o lazer.
GURGEL X12 TOCANTINS
Dos três, só o Xavante prosperou: tornou-se um fora de estrada semelhante ao Porsche 597 Jagdwagen, substituindo o chassi VW por outro de fabricação própria, em Plasteel, um aço revestido de fibra de vidro. Rebatizado como X-12, foi exportado para vários países, firmando o nome Gurgel como sinônimo de jipinho valente que topava qualquer aventura. O primogênito do engenheiro João Gurgel voltaria a brilhar em 1988: rebatizado Tocantins, ele ganhou nova dianteira com faróis retangulares e uma cabine estendida até o fim da carroceria. Os 20 cm a mais garantiam melhor espaço para os passageiros, mas eliminavam o galão de combustível e o filtro de ar externos, marcas registradas do X-12. Permaneciam as versões L (teto de lona) e TR (teto rígido), sendo que esta última eliminava a tradicional claraboia de ventilação no teto em favor de um bagageiro.
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Outra novidade eram as belas maçanetas externas do Fiat Prêmio CSL. No interior, poucas mudanças: o painel manteve os instrumentos do Fusca, mas trocou os comandos do Fiat 147 pelos do Gol. Havia duas versões de acabamento: a LE era a mais simples, pintada de cor única e com assentos revestidos de curvim rugoso. Acima dela estava a versão Plus, com faixas coloridas em degradê azul, verde, laranja ou cinza, além de interior revestido de tecido cinza com faixas vermelhas. A capacidade do tanque foi aumentada de 37 para 41 litros.
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A valentia no fora de estrada era mantida, graças ao elevado vão livre do solo, bons ângulos de entrada e saída e a presença do sistema Selectraction, que atuava como bloqueio seletivo das rodas traseiras (na prática, era um freio de mão que travava a roda de tração que girava solta). O trem de força mantinha o velho e confiável motor VW 1600 refrigerado a ar, atrelado ao câmbio de relações curtas do Fusca 1300.
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Era nítida a intenção de agradar um público urbano, que via no pequeno Gurgel uma boa opção de carro descolado e fácil de dirigir. Para conter o comportamento arisco no asfalto, a suspensão dianteira recebeu barra estabilizadora e a carga das molas traseiras foi revista, melhorando o contato dos pneus com o solo. “O Tocantins foi uma das viaturas mais versáteis da frota da Polícia Militar de São Paulo, especialmente no Comando Ambiental”.
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A única alteração no jipe foi realizada em 1992, com adoção de uma nova grade frontal e porta-luvas com tampa de metal do modelo BR-800. Debilitada financeiramente após o fracasso do BR-800, a Gurgel pediu concordata em 1993. Ao todo, 3 837 unidades do Tocantins deixaram a fábrica de Rio Claro (SP) até o encerramento das atividades em 1995. O jipinho não deixou sucessor e ainda hoje é visto em atividade, na dureza do trabalho ou no lazer de entusiastas que preservam sua história.
FONTE:https://quatrorodas.abril.com.br/noticias/grandes-brasileiros-gurgel-tocantins/

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