GABRIELA

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Gabriela é uma telenovela brasileira produzida e exibida pela Rede Globo de 14 de abril a 24 de outubro de 1975, às 22h, substituindo O Rebu e sendo substituída por O Grito. Foi a 21ª "novela das dez" exibida pela emissora. Escrita por Walter George Durst, adaptada do romance Gabriela, Cravo e Canela, de Jorge Amado, e dirigida por Walter Avancini e Gonzaga Blota, com 132 capítulos, abordava a seca nordestina e a pacata cidade litorânea de Ilhéus.
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Contou com Sônia Braga, Armando Bogus, José Wilker, Nívea Maria, Fúlvio Stefanini, Dina Sfat, Elizabeth Savalla, Marcos Paulo, Eloísa Mafalda e Paulo Gracindo nos papéis principais. Em razão pela fora ao ar, a TV Anhanguera América do Sul por conta de apagão, reapresentou o penúltimo capítulo para dia 24 de outubro de 1975. Começou da reapresentação do último capitulo foi exibido pela dia 28 de outubro, na terça-feira.
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Sinopse

 A novela retratava a vida de Gabriela da Silva (Sônia Braga), simples moça do sertão baiano que fora para Ilhéus para fugir da seca nordestina, com seu tio e mais dois jagunços, sendo que seu tio não resiste e morre no meio do caminho. Moça sofrida, porém muito alegre, seduzia os homens sem querer; a novela mostrava o amor de Gabriela com um estrangeiro chamado Nacib (Armando Bógus) que além de ter sido seu patrão em seu bar, o Vesúvio, não aceitava seu comportamento, ora ingênuo, ora loucamente sensual.
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Gabriela era uma morena brigona e ousada, que andava descalça e com vestidos extremamente curtos, e muito trabalhadora. Paralelamente a isto temos a rixa do político e bom moço Mundinho Falcão (José Wilker) e o temido Coronel Ramiro Bastos (Paulo Gracindo). Um é de bem e só quee o melhor para Ilhéus, já o outro prepotente, arrogante, e ignorante. O pior de tudo é que sem saber, Mundinho se apaixona por Jerusa (Nívea Maria), neta de seu rival.
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Ramiro conseguiu tudo nesta vida, só não conseguiu enfiar juízo na cabeça do filho, Tonico Bastos (Fúlvio Stefanini). Ele é casado com Olga (Ângela Leal), mas ele gosta mesmo é das meninas do Bataclan. Tonico, também se vê apaixonado por Gabriela. O Bataclan é o prostíbulo de luxo da cidade,frequentado por todos os homens, e a dona desse lugar que vive em festa é conhecida como Maria Machadão (Eloísa Mafalda), uma mulher forte e muito divertida. A atriz Cidinha Milan, que fez o papel de Chiquinha, protagonizou o primeiro nú da televisão brasileira na trama escrita por Walter George Durst. 
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Elenco

 GABRIELA (Sônia Braga) – Nascida no Nordeste e órfã ainda menina, ficou aos cuidados do tio, ajudando na roça. A seca os obriga a deixar a terra. Moça ingênua, de natureza livre e impulsiva, não conhece limites. Desperta o desejo e a fantasia dos homens da cidade. Vai trabalhar com Nacib (Armando Bógus), com quem se envolve.
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NACIB (Armando Bógus) – Nascido na Síria e criado no Brasil, chegou em Ilhéus já adulto, abrindo o bar Vesúvio, o mais popular da cidade. De riso fácil, bonachão, sempre envolvido com os problemas alheios, com certo cuidado em emitir suas opiniões. Coração aberto e alma leve, amigo do bom viver. Chamado de “turco” pelos moradores da cidade. Apaixona-se por Gabriela (Sônia Braga).
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MUNDINHO FALCÃO (José Wilker) – Jovem exportador de cacau, originário de uma família rica de São Paulo. Decidido e prático, fixa-se em Ilhéus onde, além do comércio, envolve-se nos movimentos de renovação política da região. Apaixona-se por Jerusa (Nívea Maria), neta do coronel Ramiro Bastos (Paulo Gracindo), cujo poder ele contesta.
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CEL. RAMIRO BASTOS (Paulo Gracindo) – Fazendeiro de cacau, vindo da época do desbravamento. Antigo chefe político da região. Aos 82 anos, é um velho seco, já viúvo, mas ainda dita ordens. Controla a cidade e a vida de seus dois filhos, Tonico Bastos (Fúlvio Stefanini) e Alfredo Bastos (Hemílcio Fróes).
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TONICO BASTOS (Fúlvio Stefanini) - Dono do cartório da cidade e herdeiro das fazendas de cacau do pai, o coronel Ramiro (Paulo Gracindo). Espécie de Don Juan, a meio caminho entre a elegância e a canastrice, que seduz mulheres solteiras ou casadas e desdobra-se em desculpas e mentiras para a esposa, a ciumenta Olga (Ângela Leal). Sempre vestido com ternos e chapéus impecáveis, todos os dias ele para no Vesúvio, para tomar um digestivo antes de voltar ao cartório. Tem um ar de malandro e costuma alisar o bigode e erguer uma sobrancelha enquanto repete seu discurso de defensor dos órfãos e viúvas. Tem a mania de encerrar todas as conversas dizendo com ar despreocupado: “Já lhe dei o meu cartão?”.
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OLGA BASTOS (Ângela Leal) – Mulher de Tonico Bastos (Fúlvio Stefanini). Rica, filha única, órfã de um fazendeiro, tem um ciúme doentio do marido, sempre o ameaçando – e sempre se deixando enganar. Extremamente moralista, é conhecida por seus exageros no vestir e na defesa da honra da cidade.
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ALFREDO BASTOS (Hemílcio Fróes) – Filho mais velho do coronel Ramiro (Paulo Gracindo), irmão de Tonico (Fúlvio Stefanini). Modesto deputado estadual, mantém-se na política por vontade paterna. Sua vocação, no entanto, é a medicina, sendo um pediatra conceituado. Casado com Idalina (Sônia Oiticica) e pai de Jerusa (Nívea Maria).
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IDALINA BASTOS (Sônia Oiticica) – Mulher de Alfredo (Hemílcio Fróes) e mãe de Jerusa (Nívea Maria). Muito amiga de Olga (Ângela Leal), de quem recebe influências, embora sem a personalidade forte da concunhada.
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JERUSA (Nívea Maria) – Filha de Alfredo (Hemílcio Fróes) e Idalina (Sônia Oiticica), neta do coronel Ramiro Bastos (Paulo Gracindo). Muito fina e tímida, vive encantada com as atitudes arrojadas de Malvina (Elizabeth Savala), sua colega de Ginásio e amiga de infância. Discreta, raramente externa suas opiniões em público. Apaixona-se por Mundinho Falcão (José Wilker), opositor do avô.
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PROF. JOSUÉ (Marco Nanini) – Subdiretor e professor no Ginásio Enoch, devota um romântico amor às mulheres, adaptando sua tônica poética ao temperamento da jovem por quem se encontra apaixonado. Lírico e tímido, revela-se um homem feroz interiormente, capaz de atitudes de uma coragem desesperada. Apaixona-se por Malvina (Elizabeth Savala).
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CEL. MELK TAVARES (Gilberto Martinho) – Rico fazendeiro de cacau em Cachoeiro do Sul, reside em Ilhéus com a mulher, Silvia (Ana Ariel), e a filha, Malvina (Elizabeth Savala). Participa ativamente da política local, como presidente do Conselho Municipal. Homem inflexível, seguidor do coronel Ramiro Bastos (Paulo Gracindo).
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SILVIA TAVARES (Ana Ariel) – Mulher do coronel Melk Tavares (Gilberto Martinho), mãe de Malvina (Elizabeth Savala). Partidária das opiniões do marido, apoia-se nele na hora das decisões, pois não tem rigidez suficiente para enfrentar as situações.
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MALVINA (Elizabeth Savala) – Filha única do coronel Melk Tavares (Gilberto Martinho) e de Silvia (Ana Ariel), tem o meso temperamento independente do pai. Jovem ousada, que se rebela contra o jugo patriarcal da sociedade em que foi criada. Não teme a opinião alheia e defende com coragem posições excessivamente liberais para a sociedade local.
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CORONEL JESUÍNO MENDONÇA (Francisco Dantas) – Descendente de alagoanos, chegou a Ilhéus quando a terra era disputada na violência. Conhecido pelo temperamento forte. Casado com Sinhazinha (Maria Fernanda).
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SINHAZINHA (Maria Fernanda) – Mulher do coronel Jesuíno (Francisco Dantas). Romântica e sensível, dedica-se inteiramente à religião. Apesar de compartilhar dos conceitos do marido, mostra-se mais compreensiva com os problemas alheios.
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OSMUNDO PIMENTEL (João Paulo Adour) – Cirurgião-dentista, nascido e formado na capital, chega a Ilhéus atraído pela fama da terra próspera e rica.
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CEL. AMÂNCIO LEAL (Castro Gonzaga) – Homem aparentemente calmo, é um feroz chefe de jagunços. Fazendeiro de cacau, compadre e amigo íntimo de Ramiro Bastos (Paulo Gracindo). Pai de Berto Leal (Mário Gomes)
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BERTO LEAL (Mário Gomes) – Estudante de engenharia em São Paulo, passa a maior parte do tempo em Ilhéus, onde o pai, o coronel Amâncio (Castro Gonzaga), tenta formá-lo dentro dos seus moldes.
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SILVA (Germano Filho) – Tio de Gabriela (Sônia Braga), ensinou à menina que tudo deve ser aceito como natural. Viúvo, tuberculoso e cansado, encontra na jovem o seu apoio.
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CEL. CORIOLANO (Rafael de Carvalho) – Um dos primeiros a plantar cacau no sul da Bahia, suas terras dominam um dos distritos mais férteis de Ilhéus. Mantém a família na capital, e seu único luxo são as raparigas.
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CHIQUINHA (Cidinha Milan) – Rapariga trazida da capital para passatempo do coronel Coriolano (Rafael de Carvalho).






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RÔMULO VIEIRA (Marcos Paulo) – Amigo de Mundinho Falcão (José Wilker), desquitado. Envolve-se com Malvina (Elizabeth Savala).
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MARIA MACHADÃO (Eloísa Mafalda) – Dona do Bataclan, o bordel frequentado por todos os homens da cidade.
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ZAROLHA (Dina Sfat) – Líder das raparigas do cabaré Bataclan, braço-direito de Maria Machadão (Eloísa Mafalda). Bonita, atrevida e autoritária, é capaz das emoções mais ingênuas. Xodó de Nacib (Armando Bógus), passeia em seus braços entre os pares do cabaré, mas é mantida em casa durante o dia, como toda rapariga de Ilhéus.
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AURORA (Natália do Vale) - Uma das raparigas do Bataclan.
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DOUTOR (Ary Fontoura) – Recebeu o apelido ao ingressar na faculdade, apesar de não ter se formado. Vive das fantasias de grandeza, exaltando seus antepassados nobres. Após 30 anos como funcionário obscuro no Rio de Janeiro, volta a Ilhéus com planos de escrever um livro sobre sua família. 
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EZEQUIEL PRADO (Jaime Barcellos) – Advogado dos mais afamados, está quase sempre ébrio, o que só torna ainda mais convincentes as suas defesas.
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MAURÍCIO CAIRES (Paulo Gonçalves) – Famoso advogado e presidente da Confraria de São Jorge, especialista em citações da Bíblia. Extremamente moralista.
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PADRE BASÍLIO (Jorge Cherques) – Pároco de Ilhéus e também fazendeiro de cacau. Atordoado pelas reivindicações dos devotos dos três principais santos da cidade.
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JUCA VIANA (Pedro Paulo Rangel) – Amigo de Berto Leal (Mário Gomes). Metido a valente, apesar de baixinho, não mede consequências quando deseja algo. Envolve-se com Chiquinha (Cidinha Milan).
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JOÃO FULGÊNCIO (Luiz Orioni) – Dono da papelaria Modelo, centro intelectual de Ilhéus. Bonachão e risonho, diverte-se com os costumes locais.
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FILÓ (Milton Gonçalves) – Potencialmente bom, tornou-se ladrão de cavalos por forças das circunstâncias. Preso inúmeras vezes, nunca se conformou com o cativeiro, sempre alerta para uma fuga. Uma interferência do coronel Ramiro (Paulo Gracindo) muda sua vida.
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TUÍSCA (Cosme dos Santos) – Irmão de Filó (Milton Gonçalves). Engraxate no bar Vesúvio, ainda encontra tempo para colaborar na igreja.
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D. ARMINDA (Thelma Reston) – Viúva, espírita e parteira afamada. De língua ferina, ajuda Nacib (Armando Bógus) em pequenas tarefas domésticas.
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CHICO MOLEZA (Tonico Pereira) – Trabalha no bar Vesúvio. Filho de Arminda (Thelma Reston).
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FILOMENA (Ilva Niño) – Empregada na casa de Nacib (Armando Bógus), é quem mais o incentiva a casar-se, embora ele sempre fuja do assunto.
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FAGUNDES (Clementino Kelé) – Retirante, seu desejo é se tornar capanga de coronel. 
CLEMENTE (Ademar Rodrigues) – Jovem sertanejo, seu sonho é montar roça ao lado de uma companheira.
CAPITÃO (Sérgio de Oliveira) – Coletor federal na cidade, é um dos únicos oposicionistas a manter boas relações com os adversários.

Impacto em Portugal

 Foi a primeira telenovela exibida em Portugal na RTP 1, começou a ser transmitida em 16 de maio de 1977 e foi um enorme sucesso em todo o país Em 1977, o número de aparelhos televisivos era baixo em Portugal (150 televisores por mil habitantes), o que fazia com que as habitantes das aldeias, vilas pequenas e bairros populares a deslocarem-se de propósito a cafés, às associações de bairro e de moradores ou sedes de outras associações cooperativas, para poderem assistir à telenovela. Isto prova o sucesso desta telenovela brasileira, apesar de nessa época não haver shares de audiência (também só existiam dois canais e a RTP 2 tinha pouca cobertura nacional). A sua popularidade atingiu todos os estratos sociais.
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Esse sucesso também se refletiu em novos modos de comportamento e de relacionamento social, esta novela mostrou algo que nunca havia sido visto na televisão portuguesa (apenas três anos após a queda da ditadura do Estado Novo) e influenciou a moda, incluindo os penteados, a escolha dos nomes de bebés e da linguagem usada. Essa influência continuaria com outras novelas oriundas do Brasil.O êxito foi tal que as reuniões na Assembleia da República eram adiadas para uma hora posterior à exibição da novela.Gabriela foi um sucesso estrondoso na televisão portuguesa, abrindo horizontes para a produção de uma série de novelas portuguesas, sendo a primeira Vila Faia em 1982.
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O sucesso foi tal que quando dois atores brasileiros chegaram a Portugal Elizabeth Savalla que interpretava a rebelde Malvina que se revoltava contra as prepotências do seu pai, um coronel e Fúlvio Stefanini que interpretava a personagem Tonico Bastos centenas de pessoas estiveram presentes no aeroporto de Lisboa para os ver (uma delas seria o então primeiro-ministro português da época, Mário Soares e até mereceu primeira página do jornal Diário de Notícias. A transmissão teve lugar até 16 de novembro desse ano, sendo substituída por outra telenovela brasileira O Casarão.
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Trilha sonora

 Nacional 

"Coração Ateu" - Maria Bethânia "Guitarra Baiana" - Moraes Moreira "Alegre Menina" - Djavan "Quero Ver Subir, Quero Ver Descer" - Wálter Queiróz "Horas" - Quarteto Em Cy "São Jorge dos Ilhéus" - Alceu Valença "Modinha Para Gabriela" - Gal Costa "Filho da Bahia" - Fafá de Belém "Caravana" - Geraldo Azevedo "Porto" - MPB4 "Retirada" - Elomar "Doces Olheiras" - João Bosco "Adeus" - Walker

                                                        Abertura da novela Gabriela (1975)
                                                        Novela Gabriela (1975) - Capítulo 01

                                                           Novela Gabriela (1975) - Capítulo 05

                                                 Gabriela (1975) - Cap 86 (Último Capítulo)


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