REVISTA MANCHETE

REVISTA MANCHETE
Os Estados Unidos tinha a "Time" e a França, a "Paris Match". No Brasil, Adolpho Bloch, dono da Bloch Editores, resolveu lançar a revista ''Manchete'' em 26 de abril de 1952, que se tornaria o título de maior sucesso de sua editora. Um ótimo slogan - ''Aconteceu, virou manchete'' - precedeu o lançamento e acompanhou por décadas a revista que chegou a ter tiragem de milhões de exemplares nos anos 80. O primeiro número trouxe na capa a bailarina do Teatro Municipal Inês Litowski, ao lado de uma carruagem, com a informação: ela "queria viver nesse tempo", com texto de David Nasser. No alto, no canto direito, uma chamada para a reportagem de Jean Manzon sobre "a verdadeira vida amorosa de Ingrid Bergman", a premiada atriz sueca considerada uma das maiores estrelas de Hollywood na época. O primeiro número da ''Manchete'', que trazia também o desastre de carro que matou o cantor Francisco Alves, o Chico Viola, ídolo nacional, se esgotou em poucas horas.
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Essencialmente carioca, numa época em que o Rio era capital do Brasil e irradiava notícias e cultura para o país, a ''Manchete'', com foco no fotojornalismo, chegou ao mercado das revistas semanais ilustradas com qualidade gráfica superior à da sua principal concorrente, ''O Cruzeiro'', lançada em 1928 e que no auge tinha tiragem de 700 mil exemplares semanais. A nova publicação passou a atrair anunciantes interessados em divulgar seus produtos em cores, quando a recém-inaugurada televisão veiculava imagens em preto e branco. A revista contava com colunistas de peso, como Carlos Drummond de Andrade, Manuel Bandeira e Fernando Sabino, além de manter repórteres e fotógrafos em várias cidades do país, contribuindo para que conquistasse projeção nacional. "Manchete" acompanhou a construção de Brasília, com publicações especiais, e a edição histórica da inauguração da nova capital, de 21 de abril de 1960, teve tiragem de 760 mil exemplares, esgotados em 48 horas, segundo Lúcia Lippi Oliveira em artigo para o Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil (CPDOC), da Fundação Getúlio Vargas.
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A maior tiragem de "Manchete" aconteceria em junho de 1980, com a visita do Papa João Paulo II ao Brasil: mais de 3 milhões de exemplares, segundo a editora, e 2,5 milhões, de acordo com artigo publicado no site da biblioteca da Escola de Comunicação e Artes (ECA) da Universidade de São Paulo. Do parque gráfico saíam mais de uma dúzia de títulos que marcaram o jornalismo brasileiro, como "Geográfica Universal", "Pais & Filhos", "Ele & Ela", "Sétimo Céu", "Amiga" e "Desfile", além de coleções, quadrinhos, livros didáticos e cartilhas para o Mobral, programa de alfabetização.
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Na sede da Glória foi inaugurado o Teatro Manchete (hoje, Adolpho Bloch), que se transformou em referência de grandes espetáculos, com a exibição de clássicos como ''O homem de la mancha'', ''Pippin'', ''A morte do caixeiro viajante'' e ''O pagador de promessas''. As coberturas de carnaval, publicadas em edições especiais, garantiam recordes de tiragem à revista, que se esgotava em poucas horas, com fotos de fantasias premiadas, flagrantes de celebridades e desfiles das escolas de samba. A paixão de Adolpho Bloch pela maior festa popular do mundo levou o empresário até a gravar a marchinha ''Rainha de Sabá'', em parceria com Carlos Heitor Cony. Com a falência do Grupo Bloch Editores, em 2000, a revista ''Manchete'' deixou de circular. A ultima edição, de número 2.519, foi lançada em 26 de julho de 2000 e trazia o ator Reynaldo Gianechinni na capa. Segundo o site da ECA, houve ainda a produção da revista 2.520, que trazia Rubens Barrichello comemorando sua primeira vitória na Fórmula-1, mas como a redação foi lacrada pelos oficiais de Justiça, a edição ficou nos computadores, sem jamais ser impressa.
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Posteriormente, ela foi comprada pelo empresário Marcos Dvoskin e relançada em 2002 com o nome ''Manchete Editora'', sem periodicidade fixa e apenas com edições especiais. Conforme edição do GLOBO de 16/11/2008, o livro ''Os irmãos Karamabloch'', do jornalista Arnaldo Bloch, colunista do jornal, além de narrar a história íntima da família, conta a saga do império de comunicações. Oito anos após a Justiça ter decretado a falência do grupo, antigos colaboradores das revistas Bloch lançaram o livro ''Aconteceu na Manchete - As histórias que ninguém contou''. No mesmo ano, Elmo Francfort também escreveu sobre o tema, "Rede Manchete: Aconteceu virou história".
FONTE: http://acervo.oglobo.globo.com/em-destaque/dos-anos-50-aos-2000-revista-manchete-imprimiu-sua-marca-ao-jornalismo-21204604

                   Comercial da Revista Manchete com uma curiosa notícia sobre Sílvio Santos - 1988

                                              Comercial Revista Manchete (Setembro/1990)

                                     VINHETA REVISTA MANCHETE CARNAVAL 1994





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